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Festival Urban Taste Cultura de Boteco leva fãs de petiscos ao MCB

Paula Ungar

Colaboração para o Urban Taste, em São Paulo

20/05/2019 00h51

O bom tempo deste domingo (19) atraiu o público fã de botecos, que aproveitou a trégua da chuva para curtir o segundo e último dia do Festival Urban Taste Cultura de Boteco, uma realização da plataforma Urban Taste e do Museu da Casa Brasileira. De acordo com a organização, o festival recebeu, no total, cerca de 4 mil visitantes, que puderam experimentar petiscos de dez bares tradicionais da variada cena gastronômica paulista.

Choripán e porção de linguíça do batatas fritas da Linguiçaria Bragança - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

Entre os quitutes mais concorridos do dia estava o choripán da Linguiçaria Real Bragança, sanduíche composto pela famosa linguiça da cidade de Bragança, no interior de São Paulo, conhecida por ser mais suculenta e condimentada, além de chimichurri e rúcula. Uma fila se formou por volta do horário do almoço e durou até o meio da tarde. Segundo a cozinheira Ana Paula Dini, foram vendidos cerca de 500 lanches.

A chef Luiza Saliba do Rota do Acarajé - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

Quem optasse pela culinária baiana do Rota do Acarajé era pessoalmente servido pela proprietária da casa, Luisa Saliba. A ex-publicitária está há 16 anos à frente do restaurante, localizado no bairro de Santa Cecília, no Centro de São Paulo. "Começamos como um delivery de acarajé", lembra. "Hoje temos duas casas e um cardápio com mais de 90 pratos diferentes, 35 petiscos e mais de 400 rótulos de cerveja e 1.116 cachaças", comemora.

Os famosos acarajés do restaurante foram os mais pedidos no festival, mas o público também pôde provar a moqueca de camarão com banana-da-terra, apelidada de moqueca Carmem Miranda, e, de sobremesa, um dos doces campeões de venda do restaurante, o bolo de coco com manteiga de garrafa. "O público foi altamente receptivo, e o bacana é que só 10% eram clientes meus já, 90% não conheciam a casa", comenta a chef.

Fábio Yaroussaliam - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

O atual guardião da receita do arais do Carlinhos, Fernando, filho do patriarca e inventor do petisco, também compareceu ao evento - e assumiu a chapa para preparar os arais, espécie de sanduíche no pão pita com recheio de kafta temperada com especiarias armênias. "Trabalhei na cozinha com meu pai desde pequeno e cerca de 25 anos, então hoje eu que tomo conta dessa parte e meu irmão, Fernando, do salão", conta. No restaurante, que fica no Brás, região central da capital paulista, além das versão com queijo, vendida no evento, é servido também o arais com alho tostado.

Mãe e filha: Rosa Brito e Daniela Brito, da Academia da Gula - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

No espaço da Academia da Gula, boteco tradicional da Vila Mariana, a grande pedida ficou for conta dos bolinhos de bacalhau. "Vendemos em torno de 600 nos dois dias de festival", conta Daniella Brito, sócia da casa ao lado da mãe, a portuguesa Rosa Brito. "Da punheta de bacalhau, foi embora cerca de oito quilos, e dos nossos doces, não sobrou nada", comenta Daniella.

Florant Prevost, da barraca Doucher do Céu - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

O festival contou também com um minimercado de produtos alimentícios artesanais, onde o público podia experimentar o café Mescla, feito com um blend de grãos arábicos cultivados no sul de Minhas Gerais, e as geleias da Douceur do Céu, marca do engenheiro e arquiteto francês Florant Prevost. Há 4 anos, ele abandonou a profissão para se dedicar integralmente à produção das geleias, uma tradição na sua família, que vive em Toulouse, na França. "Passei minha infância fazendo geleias", conta. Ele trouxe a experiência e o know how para o Brasil e criou sabores bem brasileiros como geleia de maná cubiu, uma fruta originária da Amazônia.

Para os formigas de plantão, o mercadinho trouxe também as tortas da Belle Tarte, empreendimento do casal Michael Cueff e Cibele Cueff. Ele, francês, ela, brasileira. "Nossas tortas são feitas com farinha de amêndoa e não levam açúcar no recheio, que é adoçado com mel e com a própria fruta ou com chocolate belga, dependendo do sabor", explica Cibele.

Tortas doces no Belle Tarte - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

Os amigos Fábio Iliovitz (37), Michelle Corda (35), Gabriela Santillo (28), e Bernardo Lemos (38), ficaram sabendo que o bar do Luiz Fernandes ia participar do festival e decidiram conferir. "Eu já conhecia, mas nunca tinha ido, porque fica longe pra mim, o que foi ótimo, pois pude finalmente provar", afirma Bernardo. "A gente adora beliscar, sentar num bar, tomar um chope, descobrir comidinhas novas", diz Fábio.

Fábio, Michelle, Gabriela e Bernardo - André Porto - André Porto
Imagem: André Porto

O casal Roseli de Oliveira (33), e José Augusto (36), saiu do jogo do São Paulo, no estádio do Morumbi e foi direto para o festival. "Já conhecia o Luiz Fernandes e o Consulado Mineiro, mas queria experimentar a porchetta do Piovanelli", diz José. "Perdemos o almoço do Dia das Mães no início do mês para ir ao Rio de Janeiro só porque ele queria ir comer o bololô na Casa Porto", contou Roseli. "Somos bons de boteco", justificou José.

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