Um olhar sobre a Mooca: confira dicas para curtir o bairro
A primeira vez que a gerente educacional Jacqueline Brizida, 35, foi à Mooca foi em 2000, para estudar, mas a paixão pelo local não veio de uma vez. Foram necessários alguns jogos do Juventus e idas até a padaria Carillo na madrugada, a convite do namorado, para que ela entendesse melhor o charme dali. Com a mudança de seu trabalho para a zona leste, a decisão foi certa: em 2014 ela fez as malas e foi viver no bairro.
A nova vizinhança, que preserva algumas casas antigas e vilas operárias incrustadas em meio a prédios altos e bem murados, despertou em Jacqueline a vontade de dividir com o mundo essa outra São Paulo que via, quase interiorana e de muros baixinhos. Há três anos ela criou a conta @Instamooca, pela qual compartilha detalhes de casas e ruas "mooquenses": pisos de cacos, caixas de correio, ladrilhos, fachadas coloridas, grades com desenhos diversos, portas de madeira, paredes de pastilha, fuscas, kombis, árvores no quintal.
Viu seu Instagram gerar interesse: a editoria "Cities" do jornal britânico "The Guardian" a elegeu uma das melhores fotógrafas de cidade nesta rede social. Nesse meio tempo, ela tomou conhecimento também de uma ligação sua anterior com o bairro. "Descobri que meu avô materno, português, trabalhou na rua Javari e morou no Brás em seus primeiros anos no Brasil. Quando li essas informações no cartão de imigração dele, fiquei emocionada. Passo por esses lugares hoje e penso nele", conta ela, cuja família vive hoje em Pirituba. Abaixo, pedimos para Jacqueline indicar um roteiro para aqueles que querem conhecer tanto a Mooca mais antiga quando os novos estabelecimentos do bairro.
Museu da Imigração
"Um lugar que todo paulistano de berço ou de coração, descendente de imigrantes ou não, deveria conhecer. Esse museu é muito especial para mim porque ele abrigava a antiga Hospedaria de Imigrantes e abrigou milhares de pessoas em seus primeiros dias no Brasil, entre elas o meu avô e seus irmãos. Vale a pena conhecer o lugar, que é lindo, e pesquisar o acervo", recomenda Jacqueline. O museu tem uma programação que aborda tanto as imigrações do século passado quanto as que estão em curso atualmente, com exposições, exibições de filmes e debates. O café do local, chamado Cantina, tem inspiração na cozinha dos imigrantes e é comandado pelo chef do Hospedaria, Fellipe Zanuto.
Vai lá: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316. Mais informações aqui.
Estação Juventus-Mooca da CPTM
"Inaugurada em 1898 e vizinha de uma antiga fábrica de cervejas, a estação, que teve seu prédio reconstruído em 1960, preserva o charme da Mooca de antigamente. Se for possível chegar de trem, o passeio fica ainda mais interessante. Adoro o lugar porque sinto que o tempo parou, embora a estação funcione normalmente. É um exemplo bacana de preservação do patrimônio histórico da cidade", acredita Jacqueline.
Vai lá: Rua Almirante Brasil, 685.
Rua Javari e arredores
"Além da experiência única de assistir a um jogo do Juventus, ali você pode caminhar um pouquinho e comer uma deliciosa comida árabe na Esfiharia Juventus, almoçar no descolado restaurante Hospedaria, comer uma das maravilhas da Confeitaria Di Cunto ou visitar o Disjuntor, um espaço moderno de arte e música onde tem sempre boas exposições acontecendo", recomenda a gerente educacional.
Vai lá:
Esfiharia Juventus - Rua Visconde de Laguna, 152. Mais informações aqui.
Hospedaria - Rua Borges de Figueiredo, 82. Tel.: 11 2291-5629. Saiba mais.
Confeitaria Di Cunto - Rua Borges de Figueiredo, 61/103. Mais informações aqui.
Disjuntor - Rua da Mooca, 1747. Tel.: 11 2291-2120. Saiba mais.
Cateto Bar
"De todos os mais novos estabelecimentos do bairro, esse é para mim o mais original", opina Jacqueline. "Das cervejas e comidas artesanais à decoração simples e autêntica, esse bar, que já tem até uma filial em Pinheiros, traduz bem o espírito da vida na Mooca: encontrar gente boa e comida da melhor qualidade pertinho de casa."
Vai lá: Rua Fernando Falcão, 810. Mais informações aqui.
Parque Sabesp
"Tanto a avenida quanto o parque são especiais porque preservam o bem mais escasso no bairro: árvores. Infelizmente, a Mooca tem um dos menores índices de área verde da cidade, então é gostoso passear por ali e ver belos prédios antigos convivendo com um pouco de natureza".
Vai lá: Avenida Paes de Barros, 2017.
Conheça mais sobre Urban Taste em @urbantasteuol
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