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Sete casas para tomar drinques personalizados no Rio de Janeiro

Equipe do Garoa Bar - Sergio Greif / Divulgação
Equipe do Garoa Bar Imagem: Sergio Greif / Divulgação

Kamille Viola

Colaboração para o Urban Taste, no Rio de Janeiro

30/05/2018 04h00

As definições da máxima “o cliente tem sempre razão” foram atualizadas no mundo da coquetelaria carioca. Com o crescimento da cultura dos drinques na cidade, é cada vez maior o número de frequentadores de bares que buscam criações personalizadas, ou seja, algo feito especialmente para eles — e também o número de casas onde eles são atendidos. A partir de uma conversa para entender o paladar do comensal, alguns dos melhores bartenders do Rio usam seu conhecimento na área para propor uma mistura de ingredientes que combine. A história, dizem os profissionais da área, costuma ter final feliz.

Chefe de bar do grupo 14zero3 (Pici Trattoria, Luce, Oia e Brasserie Mimolette), Marcelo Emídio conta que, quando o visual do balcão chama atenção, isso naturalmente atrai clientes interessados em coquetelaria, mesmo quando se trata de um restaurante, e não um bar. "Acontece bastante de chegarem no balcão e pedirem para fazer alguma coisa diferente. A gente faz releitura de coquetéis antigos, pega insumos que utiliza menos, busca ser criativo para criar uma bebida nova", conta ele, que também faz criações harmonizadas com os pratos criados pelo premiado chef Elia Schramm. Os preços variam entre R$ 25 e R$ 30.

Soho Bar - Divulgação - Divulgação
Claudio Adriano, do Soho
Imagem: Divulgação

No Soho, o negócio é levado tão a sério que o bartender Claudio Adriano mantém um caderno onde os próprios clientes anotam suas receitas preferidas entre as que ele cria na hora. Ele passou a pedir que registrassem seus coquetéis preferidos depois que um frequentador pediu um drinque que tinha tomado, mas não se lembrava como era. "Ele disse: 'Ah, então tudo bem, vou ficar numa cerveja.' Aquilo foi um soco no estômago", recorda. Antes de preparar, ele pede para o garçom informar o preço ao cliente — normalmente, é a partir dos R$ 30.

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Daniel Milão, do No Julieta Bar, na Casa Julieta de Serpa, também mantém um caderno. Às vezes, quando alguém olha o cardápio e não se decide por nenhum drinque, ele sugere que dê uma olhada nos coquetéis personalizados, que já são mais de cem. "Inclusive na carta nova vai entrar uma página com pelo menos meia dúzia de receitas dos clientes", adianta. São três faixas de preço: R$ 33, R$ 36 e R$ 38, variando com a base alcoólica escolhida. "O cliente vai gostar, porque a gente usa elementos de que ele gosta, só dá o nosso toque, com uma erva, um xarope artesanal", explica.

Laura Paravato - Divulgação - Divulgação
Laura Paravato, do HØC bar
Imagem: Divulgação

No HØC, o coquetel Um Drink Pra Vc (R$ 32), que faz parte da carta, também foi criado pela bartender Laura Paravato para agradar a uma cliente. "Ele surgiu justamente assim, numa brincadeira no balcão. Uma amiga pedia: 'Cria um drinque pra mim!'. Eu fiz e acabei botando na carta", diverte-se. Em seu balcão, às vezes, é ela quem sugere algo diferente, às vezes, é o frequentador da casa que pede. "Tem muita gente que chega na hora e quer alguma coisa espontânea", diz.

O bartender Igor Renovato, que chefia a equipe do Garoa, gosta de fazer releituras de clássicos e preparar coquetéis que foram famosos e hoje estão esquecidos. "Envolve ser hospitaleiro e ter conhecimento. Nessas horas, vejo que todos os livros que li sobre o tema valeram a pena", brinca. Ele diz que a experiência ajuda também a avaliar novidades a serem introduzidas no cardápio. "É bom para ir testando até ter confiança para botar na carta", comenta ele. "A gente consegue até fazer cliente ser surpreendido com algo de que dizia não gostar e, depois de provar sem saber, ele elogia o coquetel", conta. No Garoa, por sinal, uma criação do barman Douglas Henrique que surgiu assim hoje figura no menu fixo da casa. Ali, os drinques pensados na hora custam em geral de R$ 28 a R$ 33.

Jessica Sanchez, do Vizinho Bar - Divulgação - Divulgação
Jessica Sanchez, do Vizinho Gastrobar
Imagem: Divulgação

Foi assim que a bartender Jessica Sanchez fez durante um ano. Sócia do Vizinho, na Barra, quando assumiu o balcão da casa entendeu que o público da região ainda não estava familiarizado com a alta coquetelaria. Durante um ano, não teve carta de drinques. Treinou a equipe inteira para entender o perfil do paladar do cliente e explicar como funcionava a casa. Por ali, as frutas in natura dão lugar a bitters e xaropes artesanais preparados por lá (caipirinha, só a original, de limão). As criações tinham preço fixo de R$ 29. "Em pouco tempo, dois ou três meses, as pessoas já chegavam falando: 'Eu quero um Criação, cítrico, refrescante.' E é assim até hoje", conta ela. "Depois de 12 meses, eu tinha catalogado tudo que mais saía no bar, os sabores e os estilos de coquetéis que as pessoas mais gostavam. Em cima desse relatório, criamos nosso primeiro cardápio."

Sócio e bartender do Nosso, Tai Barbin conta que a casa privilegia os drinques clássicos. "A coquetelaria é muito nova no Brasil, é nosso dever indicar algo assim para o cliente que está entrando nesse mundo", diz. Mas os pedidos de "algo diferente" no grande balcão do bar também acontecem, e a equipe está ali para atendê-los. As caipirinhas de sabores além do limão também não têm vez. Mas, fora isso, é possível pedir uma bebida criada especialmente para você, por um valor a partir de R$ 29. "É lógico que seu trabalho é educar, instruir, e dar sugestões de coisas que você acha que faz mais sentido estarem juntas, elementos que combinem. Mas não se pode esquecer a essência do bar, que é fazer as pessoas felizes", resume.

Vai lá:

Garoa Bar Lounge. Rua Dias Ferreira, 50, Leblon.
De terça a sábado, das 19h às 2h; domingo, das 19h à 0h.
Telefone: (21) 3591-7617

HØC Bar. Rua Ronald de Carvalho, 161-B, Copacabana.
Terça e quarta, das 18h30 à 1h; quinta a sábado, das 18h30 às 2h.
Telefone: (21) 3596-0333

Julieta Bar. Casa Julieta de Serpa. Praia do Flamengo, 340, Flamengo.
De terça a sexta, das 18h às 23h; sábado, das 19h às 23h30.
Telefone: (21) 2551-1278

Luce Cucina e Carbone. Fashion Mall. Estrada da Gávea, 899, loja 301, São Conrado.
Domingo a quinta, de 12h à 0h; sexta e sábado, de 12h à 1h.
Telefone: (21) 3324-4421

Nosso. Rua Maria Quitéria, 91, Ipanema.
Terça a quinta, das 19h à 1h; sexta e sábado, das 19h às 2h; domingo, das 18h às 23h.
Telefone: (21) 99619-0099

Soho Rio Restaurante. Avenida Infante Dom Henrique, s/nº, loja 101, Marina da Glória.
Domingo a quarta-feira, das 12h às 23h; quinta a sábado, das 12h à 0h.
Telefone: (21) 2237-9159

Vizinho Gastrobar. Vogue Square. Avenida das Américas, 8.585, lojas 3 e 4, Barra da Tijuca.
Terça, quarta e domingo, das 15h à 0h; de quinta a sábado, das 15h às 3h.
Telefone: (21) 97154-0841

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