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13 histórias que provam que todo garçom é um super-herói (mas nem sempre)

Garçom trabalha no Bar Brahma, na esquina das avenidas Ipiranga e São João - Mateus Bruxel/Folhapress
Garçom trabalha no Bar Brahma, na esquina das avenidas Ipiranga e São João Imagem: Mateus Bruxel/Folhapress

Luiza Sahd

Colaboração para o Urban Taste

11/08/2018 04h00

Atender dezenas de pessoas ao mesmo tempo, limpar vômito no banheiro, acudir gente desmaiada, ajudar a dar perdido em namorado (a) ciumento, fazer uma presença na hora da saideira… Todo garçom tem um pouquinho de super-herói. De vez em quando, o mau exemplo vem deles mesmos, já que ninguém é de ferro. 

Neste 11 de agosto, Dia do Garçom, não deixe de celebrar e dar uma gorjeta caprichada para esses guerreirinhos que vivem histórias como as que contam a seguir, diariamente.

TOMA, DESATENTO!

V.M., 31 anos, garçom em Lisboa
Eu estava recolhendo umas louças de uma mesa e um senhor me chamou e disse “Já li o cardápio inteiro e ainda não veio ninguém me atender”. Tive que responder: “Então o senhor não leu tudo ainda, porque bem aqui está escrito que não temos serviço de mesa”.

CLIENTE DO BEM

F.F., 29 anos, garçom em São Paulo
Um dia, o café que eu trabalhava estava tão cheio que não tinha louça limpa para servir mais ninguém. Um cliente levantou e se ofereceu para ajudar, então eu aceitei. Ele ficou mais de uma hora lavando louça.

TRAMPANDO COM O INIMIGO

S.J.S., 40 anos, garçonete em Florianópolis
Tinha um garçom que trabalhava comigo e sofria de dificuldades cognitivas, coitado. Ele escrevia tudo errado, mas não por não saber escrever. Ele entendia errado mesmo... Aí, recebíamos pedidos com anotações bizarras que tínhamos que decifrar, como "café com gergelim" (era chantilly), dose de pipoca ou cachaça vencida (Ypióca ou cachaça envelhecida) e “tábua de frios com queijo de cobra e acetona” (queijo de cabra e azeitona).

QUANDO O GARÇOM É O PIOR CLIENTE

A.A, 32 anos, garçom em São Paulo
Trabalhei em uma champanheria e, na data do meu aniversário, chamei amigos para comemorar lá mesmo quando acabasse meu turno. Reservei uma mesa grande no andar de cima e, em algum momento da noite, alguém deu a ideia de fumar maconha. Na rua? Não. No banheiro do bar. Éramos umas seis pessoas em um banheiro minúsculo e, em um dado momento, a garçonete da vez bateu na porta e avisou que os donos perceberam. Tomei uma suspensão para não trabalhar no dia seguinte, já que os chefes eram meus amigos mas não a esse ponto. Bem no final de semana em que eu estava suspenso, minha mãe mandou mensagem avisando que ia jantar na champanheria. Eu estava de pijama em casa assistindo TV, então mandei mensagem para os donos e a garçonete pedindo para fingir que estava trabalhando enquanto minha mãe estivesse lá. Eles concordaram, ela chegou antes e precisei fingir que tinha saído do bar apenas para ir ao supermercado. Passei horas trabalhando de mentira até ela ir embora e eu poder voltar para o pijama.

GARÇONETE & DETETIVE

F.D., 30 anos, garçonete em Jurerê Internacional
As minas revelaram, depois de beber vodca cara dos gringos a noite toda, que eram prostitutas. Eles ficaram muito nervosos e sobrou para mim, que escutei que deveria ter avisado, já que eles achavam que todas as brasileiras eram assim lindas e cheias de iniciativa na paquera. Precisei explicar que não e que, inclusive, meu trabalho era o de servir as pessoas sem me intrometer na vida delas.

EXTRAVAGÂNCIA TEM LIMITE?

B.M, 28 anos, garçonete em Londres
Era uma festa de noivado de um casal de judeus na casa da cunhada podre de rica. Parece que a dona da casa não se dava muito bem com a noiva. De todas as formas, ela queria estreitar relações com a cunhada e se aprochegar mais, pois né? Família. Como a noiva era apaixonada por corujas, a cunhada resolveu organizar um jantar com cinco corujas vivas para agradar a noiva. Ela contratou dois treinadores de coruja, um chef profissional e 4 garçonetes -- entre elas, eu. Tudo isso para servir dez pessoas. Deu muito ruim: os treinadores fizeram um voo na sala da casa da mulher, as corujas ficaram doidas comendo as comidas e voando na noiva.

A CLIENTE SUICIDA

K.B., 28 anos, garçom em São Paulo
Quando eu trabalhava em um café, uma senhora me perguntou o que era um flat with. Respondi que era um café com um pouco de leite e pouca espuma, então ela pediu um. Depois de um tempo, ela voltou pro balcão com o flat with e pediu para trocar. Motivo: era alérgica a leite.

GARÇONETE VINGATIVA

H.C., 43 anos, garçonete em Salvador
Um dia, um cara super grosso escolheu um prato que levava gengibre e pediu para adicionar pimenta. Aí, mesmo ele sendo um estúpido, avisei que não era uma boa, porque, né... Ia ficar muito forte. Ele, mega arrogantemente, disse que sabia o que estava pedindo. Fui até a cozinha e mandei caprichar nos dois ingredientes. Quando ele reclamou, falei na frente das meninas que ele estava tentando impressionar "Lhe avisei, senhor, que gengibre não combina com pimenta".

GUARDANAPO DE 50 REAIS

B.B.D, 32 anos, garçonete em Florianópolis
Em um bar de praia, atendi um estrangeiro que transpirava (e se portava) feito porco. Ele pedia guardanapos, eu levava o pacote e ele usava metade esfregando os papéis na cara. Depois, jogava o resto no chão e pedia mais. Avisei que os guardanapos estavam acabando, mas ele continuava pedindo. Cada vez que ele recebia um pacote, dizia " I love you" ("eu te amo", em inglês), até a hora em que só restou um pacote. Cheguei dizendo que era o último e, quando ele repetiu o "I love you", escondi o pacote atrás do corpo, estendi a outra mãozinha e respondi “Show me!” ("me mostra", em inglês). Ele ofereceu 20 reais e fiz que não com a cabeça. Ele estendeu uma nota de 50 reais. Então, vendi o último pacote por esse valor.

O PODER DA INVISIBILIDADE

R.R.S., 36 anos, garçonete em Curitiba
Eu e minha amiga (na época, éramos gatinhas de vinte e poucos anos) passamos a noite atendendo uns caras bonitos e engomadinhos. Um deles ficou dando em cima de mim sutilmente. No fim da noite, ele me esperou pra tomar a saideira no posto de gasolina em frente ao restaurante. Estávamos lá e de repente o amigo dele pergunta: "De onde vocês se conhecem?" Ou seja: a garçonete era invisível para ele.

FREGUÊS AUTOSSUFICIENTE

G.M.V., 34 anos, garçom em Lisboa
Uma vez, um cliente pediu um copo com limão espremido e um saco de açúcar. Depois, ele foi no banheiro e encheu o copo com água. Resumo: ele fez a sua própria limonada de graça.

COMER FORA PREJUDICA A CABEÇA?

D.L., 60 anos, garçom em São Paulo
Um clássico dos restaurantes é a falta de atenção. O canalha entra no recinto e desiste de pensar: pergunta o que tem para comer enquanto folheia o cardápio. Dá vontade de perguntar se não sabem ler ou se são só burros mesmo.

A SEDUÇÃO É UM ESTADO DE ESPÍRITO

P.R., 27 anos, garçonete no Rio de Janeiro
Tem a do cara bebum que ficava sensualizando para a [cantora] Sade que tava rolando no DVD do bar. Ele jogava beijo, fazia sinal de "vem cá" e dançava para ela ao som de “Sweetest Taboo”. A gente se ferra mas se diverte também.

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