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Entenda o que são os slams, as batalhas de versos que ganharam São Paulo

O Slam das Minas nasceu em março de 2016, justamente no mês da mulher, para dar voz e acolhimento para as minas. - Renata Armelin / Divulgação
O Slam das Minas nasceu em março de 2016, justamente no mês da mulher, para dar voz e acolhimento para as minas. Imagem: Renata Armelin / Divulgação

Isabela Marinho

Colaboração para o Urban Taste, em São Paulo

21/11/2018 04h00

Com origem em regiões periféricas, os slams de poesia ocuparam a cidade fazendo as vezes dos saraus de antigamente. Estas batalhas de versos falados tomaram conta de diversos bairros da capital paulista e se tornaram ponto de encontro de expressão de quem ama fazer, ler e recitar poesia.

As competições, que avaliam não só os versos criados pelos slammers, como também a forma com que seus poemas são recitados, tiveram origem no estado americano de Chicago e chegaram ao Brasil no final da década de 2010. O primeiro a fazer sucesso em São Paulo foi o ZAP Slam (Zona Autônoma da Palavra), que completou 10 anos em 2018 e começou a sua história no bairro da Pompeia, na Zona Oeste paulistana.

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De lá para cá, outros slams se espalharam por diferentes regiões da cidade e ganharam espaço em ambientes culturais como os Sescs e as telas de cinema. O filme "Slam: Voz de levante" acumulou prêmios, venceu as categorias "especial do júri" e "melhor documentário" no 19º Festival do Rio (2017). O longa levou para casa também o título de melhor filme nacional no FIMCINE - Festival Internacional de Mulheres no Cinema (2018). A história sobre as batalhas de poesia chega aos cinemas em 22 de novembro.

Da ponta da língua dos slammers podem sair versos de temáticas variadas. Geralmente questões sociais vividas por eles dominam a poesia de rua, que já vem ganhando espaço em locais fechados. Listamos alguns dos slams que estão fazendo a poesia ferver no concreto.

ZAP Slam

O primeiro slam do Brasil iniciou suas atividades no bairro da Pompeia e atualmente acontece em Santa Cecília, no Galpão Folias, todas as segundas quintas-feiras do mês. O Zona Autônoma da Palavra foi idealizado por Roberta Estrela D’Alva e é realizado pelo coletivo artístico Núcleo Bartolomeu de Depoimentos de São Paulo.

Vai lá:
Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília, São Paulo - SP.
Todas as segundas terças-feiras do mês, às 19h30.
Confira a programação completa na página do Facebook do ZAP Slam

Slam da Guilhermina

O Slam da Guilhermina é o segundo slam criado no Brasil e o primeiro a acontecer na rua. As atividades começaram em fevereiro de 2012. Dá para assistir ao evento toda última sexta-feira do mês, na saída da Estação Metrô Guilhermina, linha vermelha, na Zona Leste. Embora frequentado majoritariamente por jovens, o slam acaba tendo público diversificado, por rolar na passagem para o metrô.

Vai lá:
Rua Astorga, 800, Vila Guilhermina, São Paulo - SP.
Todas as últimas sextas-feiras do mês, às 20h.
Confira a programação completa na página do Slam da Guilhermina

Slam do Prego

A arena de batalha rola toda segunda-feira de cada mês, na praça Getúlio Vargas, no Centro de Guarulhos. No Slam do Prego, fica livre uma hora de microfone aberto -- eventualmente acontece um pocketshow de algum artista da região -- e depois é iniciada a slampoetry. Para participar, é preciso ter, no mínimo, três poemas autorais, que levem até três minutos para serem recitados. Os poetas se inscrevem na hora e devem recitar sem acompanhamento musical ou uso de figurinos, somente com o movimento da palavra falada. Um júri popular, formado na hora, dá notas de 0 a 10. E após 3 rodadas, tem-se o vencedor da edição, o "Pregão".

Vai lá:
Praça Getúlio Vargas, Centro, Guarulhos - SP.
Todas as segundas-feiras do mês, às 19h.
Confira a programação completa na página do Facebook do Slam do Prego.

Slam Sujeira

Desde 2015, todos os segundos sábados do mês, o Slam Sujeira marca ponto na pista de skate da cidade de Poá, na Região Metropolitana de São Paulo. O slam tem uma sessão específica chamada "O que eu não aprendi na escola", que conta com uma aula pública ministrada por personalidades de coletivos de resistência das periferias da cidade de São Paulo e entorno. Com o objetivo de estabelecer um diálogo direto da quebrada para a quebrada, as aulas são um aperitivo para as batalhas, que versam sobre temas variados. O Slam Sujeira faz parte do Coletivo Consciência Periférica, que promove outras atividades, como batalhas de Hip Hop, bailes, luaus e oficinas de poesias em escolas.

Vai lá:
Skate Park de Poá - Av. Leonor Marques da Silva, 333, Poá - SP.
Todos os segundos sábados do mês. O horário varia de acordo com a programação do coletivo.
Confira a programação completa na página do Slam Sujeira

Slam das Minas

O Slam das Minas nasceu em março de 2016, justamente no mês da mulher, para dar voz e acolhimento para as minas, além de garantir uma vaga feminina para o Slam BR, Campeonato Brasileiro de Poesia Falada. Sem endereço fixo, o Slam das Minas tem edições oficiais sempre no terceiro domingo do mês, e é frequentado majoritariamente mulheres jovens. A temática dos versos gira em torno de questões caras a esse público, como disparidade de gênero e violência com a mulher. Os eventos do grupo também recebem crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos.

Vai lá:
Todos os terceiros domingos do mês.
Programação itinerante.
Confira a programação completa na página do Facebook do Slam das Minas

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